Marcos Assunção revela ritual e manias antes de bater faltas

20-08-2010 21:51

Volante palmeirense se preocupa desde o laço da chuteira até com o posicionamento do goleiro para conseguir o gol

Marcos Assunção revela ritual e manias antes de bater faltas

Volante palmeirense se preocupa desde o laço da chuteira até com o posicionamento do goleiro para conseguir o gol

Por Julyana Travaglia São Paulo

Primeiro, ele passou a camisa na bola com cuidado, para secá-la. Depois, amarrou o laço da chuteira do pé direito e contou três passos para trás. Orientou os dois homens que tinha pedido na barreira até soltar o chute preciso. Este foi parte do ritual de Marcos Assunção antes de fazer, de falta, o terceiro gol da vitória palmeirense sobre o Vitória, na noite da última quinta-feira, no Pacaembu. A precisão na pontaria nos minutos finais da partida garantiu ao Alviverde a vaga na fase internacional da Copa Sul-Americana - o time venceu por 3 a 0 (reveja os gols no vídeo acima). E revelou algumas manias do experiente atleta de 34 anos.

- Eu mentalizo onde tenho de colocar a bola, que é no lugar mais difícil para o goleiro chegar. Vejo a posição do goleiro, a força que tem de colocar na bola e a precisão. Ontem consegui tudo isso - disse Assunção.

Mas a técnica para conseguir o tiro certeiro vem longa data. Um dia depois de ser o herói palmeirense, o volante contou que começou a treinar as batidas quando tinha 17 anos, ainda no Rio Branco, supervisionado pelo técnico Wilson Carrasco. Ele lembra que Marcelinho Paraíba, hoje no Sport e seu colega de equipe na ocasião, também faziam exaustivamente as cobranças, competindo com o treinador. Derrotados pelo "mestre", eram motivo de chacotas.

Marcos Assunção gol Palmeiras
 
Marcos Assunção comemora gol sobre o Vitória
(Foto: EFE)

- Todo batedor tem um jeito. E vira uma especialidade a partir do momento que você treina. Sempre gostei de treinar. Nós treinávamos com o Wilson no Rio Branco e nunca ganhávamos dele. Éramos motivo de riso depois. E nossa motivação era treinar para aprimorar. Hoje eu ganharia (do Wilson) - provocou.

Além de treinar entre 30 e 40 cobranças nos dias que antecedem as partidas, Assunção tem lá suas manias na hora da cobrança. Antes de vencer Viáfara, por exemplo, ele arrumou o cadarço da chuteira direita. Disse que repetiu o ritual antes de bater outros escanteios durante a partida.

- Amarrei porque a língua da chuteira estava torta e sou chato com essas coisas. O ritual é arrumar o bico da bola para baixo, dar três passos para trás para dar um bom apoio e olhar o goleiro.

A fixação por bater faltas e o desempenho nos treinos fazem com que Assunção tenha uma confiança muito grande em si. O técnico Luiz Felipe Scolari chegou a comentar que o atleta foi questionado sobre quantas faltas precisava para marcar um gol. "Duas", respondeu Assunção. A primeira, ainda no primeiro tempo, foi desviada por Viáfara para escanteio. Mas a segunda não teve jeito.

- Ele (Felipão) disse isso porque comentei que na partida no Barradão o Ramon teve três faltas e acertou uma (os baianos venceram por 2 a 0) e que nós não poderíamos cometer os mesmos erros. Aí, em seguida, ele perguntou de quantas eu precisava. Uma o goleiro pegou e a outra bati bem. Quando o jogador está confiante, pode soltar dentro de campo que ele vai render - receitou.

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