Giuliano, o gol e a mensagem: você faz parte desta história

19-08-2010 15:28

 

As redes que balançaram aos 45 minutos do segundo tempo nem estão mais lá. O gramado está tomado por pedaços de papel, em uma lembrança de que teve festa por ali, de que teve gente comemorando bem ali, de que aquele foi um espaço para campeões festejarem. Giuliano foi caminhando lentamente, passou pela linha da grande área, passou pela linha da pequena área, apontou para o gol e disse: “Foi aqui”. Foi ali, naquele pedacinho de história do Beira-Rio, que o garoto-Libertadores fez o último gol do Inter no bicampeonato continental – na vitória de 3 a 2 sobre o Chivas. Foi o sexto dele na competição.

Não poderia ser mais justa a frase gravada em uma mureta atrás desse gol, a paisagem perfeita para o reencontro do jogador com seu habitat natural. Está escrito lá:

- Você faz parte desta história.

Giuliano no gol do Beira-Rio

Giuliano reencontra o gol onde ele marcou pela última vez na Libertadores-2010. Frase atrás resume participação do meia na competição

 

E como faz. Giuliano, mesmo sem ser titular absoluto do Inter, foi o grande destaque vermelho na competição. Foi o artilheiro do time, com gols quase sempre decisivos: dois na primeira fase, um nas quartas de final, um nas semifinais, dois nas finais. Aos 20 anos, com um futuro a perder de vista, o jogador mal acredita no que está acontecendo.

- Quando eu tiver meus netinhos, vou dizer para eles que o vovô é campeão da América. Vou lembrar do gol, da comemoração, da festa, do estádio lotado, da medalha, do troféu. São muitas coisas positivas – disse Giuliano.

 
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Gol contra o Chivas consolidou história do meia no
torneio (Foto: Rodholfo Burher / Agência Estado)

O garoto mal dormiu. Esteve na festa do Inter, em um restaurante uruguaio, e depois foi para casa. Pregou o olho por poucas horas e já foi novamente ao Beira-Rio. Ele ainda tenta se acostumar com a ideia de, tão cedo, ser o pilar de um clube do tamanho do Inter na conquista da América.

- Deus me escolheu, me colocou no caminho certo. Fiz gols que muita gente não acreditaria. Teve bola perdida, bola rebatida, até gol de cabeça, que não é meu forte. Estou muito feliz. É muito bom – vibrou o garoto.

Giuliano elegeu o gol marcado contra o Estudiantes, nas quartas de final, como o mais importante. Foi aos 43 minutos do segundo tempo. O Inter perdia por 2 a 0 em Quilmes e dava adeus à Libertadores. E aí brilhou a estrela dele.

- Acho que foi o mais importante. A torcida deles já estava comemorando, o Estudiantes estava muito forte em campo. Acho que esse gol foi o início do nosso título – comentou Giuliano.

Mas outros tantos também foram. Na última rodada da primeira fase, ele marcou o terceiro gol do Inter na vitória de 3 a 0 sobre o Deportivo Quito. Graças a esse lance, o Inter pegou o Banfield, em vez do Cruzeiro, nas oitavas de final da Libertadores. Ele marcou contra o São Paulo, no Beira-Rio, o gol que permitiu ao colorado perder por 2 a 1 no Morumbi. E anotou contra o Chivas. Duas vezes. Fez parte desta história.
 

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